Número 25 - A história por trás do presente.
Eu fui diagnosticado com uma doença filha da puta, eu não lembro bem o nome, eu ainda estava no útero dela.
Meu pai biológico era Médico (talvez por isso meu péssimo gosto e desejo por Medicina), minha mãe, bem minha mãe era só uma jovem bonita que passou a vida aguentando humilhações das quais vocês não fazem ideia e quanto à mim, eu fui erro incalculável que não foi nem de longe planejado. Ele era casado, tinha uma outra família, minha mãe era a trouxa, ou não, quem sabe né? Mas até onde sei, ela era uma trouxa, tive à quem puxar. O desgraçado sabia que eu precisava dele para sobreviver após o nascimento, quando nasci, ele abandonou à mim e minha mãe e eu, bem eu tive que sobreviver por si só. Minha mãe ia para a feira vender verduras e me deixava quietinho em uma caixa ao lado dela, em 1993 ter um carrinho de bebê era luxo. Aos 3 anos eu tive contato com o primeiro homem a qual um dia eu teria orgulho, afinal, um filho deve honrar o pai que o criou.
Aos 7 anos minha mãe engravidou de uma menina, mas acho que nascemos com o dom de nascermos fodida, minha irmã caçula teve uma complicação na gestação e nasceu com uma doença chamada P.C (Paralisia Cerebral), na época, eu achava que ela era só um e.t. vermelhinho, não entendia o porquê de ter que dar uma atenção especial à ela, mas foi uma obrigação dada à mim e eu a cumpri rigidamente. Meu Pai, acreditava que eu iria ser padre, quanta ingenuidade em um homem!
Aos 9 anos, morávamos em uma cidade no interior do Piauí chamada Valença e foi aí que eu a merda da minha vida começou a ganhar uma proporção que eu não consigo mais calcular hoje. Conheci uma igreja evangélica, apesar de ser uma católico nato, comecei a frequentar e foi o primeiro maior erro de toda a minha vida. No começo, eu me lembro que sempre fazíamos dinâmicas e brincadeiras, no enturmávamos muito e o pastor passou a conhecer bem as suas ovelhas mais jovens. Eu sempre fui muito encrenqueiro, certa vez, uma garoto da escola deu um soco no meu irmão, eu não aceitava ninguém além de mim bater no meu irmão, apesar de que eu era mais novo, então eu apanhava. O garoto morava na casa do quarteirão ao lado, então eu caguei muito em uma sacola plástica, subi em cima do muro e joguei a sacola, dentro do quarto dele (nunca deixem suas janelas abertas crianças, isso pode ser totalmente prejudicial quando se tem uma capetinha no bairro), mas o fato de eu ter um teor de tentação, não anulava o fato de que eu sempre quis o bem para todos como um igual. O pastor, sabia bem disso, então nos aproximamos mais.
O primeiro dia, conversamos sobre obediência, então fui colocado à prova. A sala era até bem confortável, eu fiquei de joelhos e ele alisou minha bunda por debaixo do short, sacou seu pau pra fora e me mandou beijá-lo, aquilo foi nojento, mas ele esfregou tanto aquela droga na minha cara que basicamente me forçou a colocar na boca, foi então que eu fiz o meu primeiro boquete e levei minha primeira gozada. Ainda ajoelhado, lembro dele ter amarrado minhas mãos juntas uma da outra e me colocado de quatro em cima do sofá, eu não vi o que ele usava para me açoitar, mas usou algo que cortava muito. Nunca senti uma dor tão humilhante como aquela, ele começou a empurra seu pau no meu cú e doeu tanto, parecia que algo me rasgava, me socava e ao mesmo tempo tinha uma pressão tão forte que comecei a sentir frio enquanto ele empurrava e sempre que eu queria gritar ele me batia com aquilo que estava nas mãos, eu não conseguia ver, até que senti algo quente escorrendo na minha bunda como uma mijada, mas não tinha odor de urina. Ele prontamente se vestiu e saiu, depois voltou, me deu um banho e um leite quente. Desde então passei a sempre usar camisas longas dentro de casa, não gostava mais de usar shorts e sempre disse aos meus pais que eu estava brincando nos coqueiros, desde então, meu pai odiava que eu subisse em árvores. Eu sei o que estão pensando mas eu não podia falar nada, afinal, eu tinha que obedecer ao que meus pais falavam sobre sempre dar prioridade a minha irmãzinha e sempre concordei com isso. Passei cerca de um ano sendo molestado com cordas, cacos de vidro, chinelos, chicotes, grampos, plugs e uma porrada de coisas que provavelmente vocês não conhecem. Fomos embora um ano depois para o Mato Grosso, nunca mais eu quis voltar naquele lugar.
Alguns anos depois retornamos de novo ao Piauí mas para outra cidade, Água Branca. Passamos um bom tempo lá e eu não fui o que podia se chamar de adolescente exemplar, mas também não fazia nada que pudesse comprometer meus pais, passei a fazer racha, brigas, no meu primeiro ano do ensino médio reprovei, mas mesmo assim, ainda era muito bom em tudo o que eu fazia, entrei na faculdade aos 17, fisioterapia mais precisamente. Me mudei sozinho para Teresina, depois de um tempo, consegui entrar em Medicina, nunca mencionei isso aos meus pais, primeiro porque eu achava que eles não mereciam, afinal, sempre conquistei tudo só e segundo porque eu realmente não falava nada da minha vida para eles, principalmente depois que passei a morar só. Aos 19 a única mulher que eu havia amado morreu em um acidente de carro a qual estávamos com mais um casal de amigos, eu era o melhor aluno da classe, o melhor em socorre uma vida e mesmo assim, deixei-a morrer. Ela estava no meu colo e me olhava com aquele olhar de segurança, como se soubesse que eu tinha total controle da situação e tudo o que eu devia ter feito estava passando pela minha cabeça, mas não fiz nada além de assisti-la morrer. Desde então larguei a faculdade e me tornei um alguém muito invisível. Sempre detestei a ideia de que um dia eu pensara em ser Médico, não fui muito diferente do babaca biológico que me fez e me deixou morrer, se eu pudesse, trocaria minha vida com a dela.
Mudei de cidade várias vezes, totalizando 8 cidades, desde então perdi o interesse sobre tudo. Conheci várias pessoas e fiz delas apenas um número sem nenhum propósito fixo, apenas objetos sexuais que reprimiam minha vontade de querer matar o desgraçado que me comeu quando eu era criança e esquecer por um momento que eu havia amado alguém a qual eu mesmo dei de bandeja para a morte. A vida é injusta, mas ninguém falou que seria justa. Hoje me encontro afastado de tudo que conheci na vida, fui tão frio e impenetrável durante todos esses anos que esqueci de ver além de mim, o outro. Me mantive assim até dois meses atrás, vivi alguém, amei esse alguém e não fui muito diferente do que as outras pessoas foram para mim, o número 25.
Não importa o que aconteça, você sempre será um número para alguém, mas não se trata de ser só mais um número, se trata do que quer fazer com esse número e mesmo que não dependa só de você, precisa sempre se lembrar do que você fez e não do que os outros fizeram, porque a vida passa muito rápido e é preciso transformar número em laços, caso contrário, será sempre vazio.
Meu pai biológico era Médico (talvez por isso meu péssimo gosto e desejo por Medicina), minha mãe, bem minha mãe era só uma jovem bonita que passou a vida aguentando humilhações das quais vocês não fazem ideia e quanto à mim, eu fui erro incalculável que não foi nem de longe planejado. Ele era casado, tinha uma outra família, minha mãe era a trouxa, ou não, quem sabe né? Mas até onde sei, ela era uma trouxa, tive à quem puxar. O desgraçado sabia que eu precisava dele para sobreviver após o nascimento, quando nasci, ele abandonou à mim e minha mãe e eu, bem eu tive que sobreviver por si só. Minha mãe ia para a feira vender verduras e me deixava quietinho em uma caixa ao lado dela, em 1993 ter um carrinho de bebê era luxo. Aos 3 anos eu tive contato com o primeiro homem a qual um dia eu teria orgulho, afinal, um filho deve honrar o pai que o criou.
Aos 7 anos minha mãe engravidou de uma menina, mas acho que nascemos com o dom de nascermos fodida, minha irmã caçula teve uma complicação na gestação e nasceu com uma doença chamada P.C (Paralisia Cerebral), na época, eu achava que ela era só um e.t. vermelhinho, não entendia o porquê de ter que dar uma atenção especial à ela, mas foi uma obrigação dada à mim e eu a cumpri rigidamente. Meu Pai, acreditava que eu iria ser padre, quanta ingenuidade em um homem!
Aos 9 anos, morávamos em uma cidade no interior do Piauí chamada Valença e foi aí que eu a merda da minha vida começou a ganhar uma proporção que eu não consigo mais calcular hoje. Conheci uma igreja evangélica, apesar de ser uma católico nato, comecei a frequentar e foi o primeiro maior erro de toda a minha vida. No começo, eu me lembro que sempre fazíamos dinâmicas e brincadeiras, no enturmávamos muito e o pastor passou a conhecer bem as suas ovelhas mais jovens. Eu sempre fui muito encrenqueiro, certa vez, uma garoto da escola deu um soco no meu irmão, eu não aceitava ninguém além de mim bater no meu irmão, apesar de que eu era mais novo, então eu apanhava. O garoto morava na casa do quarteirão ao lado, então eu caguei muito em uma sacola plástica, subi em cima do muro e joguei a sacola, dentro do quarto dele (nunca deixem suas janelas abertas crianças, isso pode ser totalmente prejudicial quando se tem uma capetinha no bairro), mas o fato de eu ter um teor de tentação, não anulava o fato de que eu sempre quis o bem para todos como um igual. O pastor, sabia bem disso, então nos aproximamos mais.
O primeiro dia, conversamos sobre obediência, então fui colocado à prova. A sala era até bem confortável, eu fiquei de joelhos e ele alisou minha bunda por debaixo do short, sacou seu pau pra fora e me mandou beijá-lo, aquilo foi nojento, mas ele esfregou tanto aquela droga na minha cara que basicamente me forçou a colocar na boca, foi então que eu fiz o meu primeiro boquete e levei minha primeira gozada. Ainda ajoelhado, lembro dele ter amarrado minhas mãos juntas uma da outra e me colocado de quatro em cima do sofá, eu não vi o que ele usava para me açoitar, mas usou algo que cortava muito. Nunca senti uma dor tão humilhante como aquela, ele começou a empurra seu pau no meu cú e doeu tanto, parecia que algo me rasgava, me socava e ao mesmo tempo tinha uma pressão tão forte que comecei a sentir frio enquanto ele empurrava e sempre que eu queria gritar ele me batia com aquilo que estava nas mãos, eu não conseguia ver, até que senti algo quente escorrendo na minha bunda como uma mijada, mas não tinha odor de urina. Ele prontamente se vestiu e saiu, depois voltou, me deu um banho e um leite quente. Desde então passei a sempre usar camisas longas dentro de casa, não gostava mais de usar shorts e sempre disse aos meus pais que eu estava brincando nos coqueiros, desde então, meu pai odiava que eu subisse em árvores. Eu sei o que estão pensando mas eu não podia falar nada, afinal, eu tinha que obedecer ao que meus pais falavam sobre sempre dar prioridade a minha irmãzinha e sempre concordei com isso. Passei cerca de um ano sendo molestado com cordas, cacos de vidro, chinelos, chicotes, grampos, plugs e uma porrada de coisas que provavelmente vocês não conhecem. Fomos embora um ano depois para o Mato Grosso, nunca mais eu quis voltar naquele lugar.
Alguns anos depois retornamos de novo ao Piauí mas para outra cidade, Água Branca. Passamos um bom tempo lá e eu não fui o que podia se chamar de adolescente exemplar, mas também não fazia nada que pudesse comprometer meus pais, passei a fazer racha, brigas, no meu primeiro ano do ensino médio reprovei, mas mesmo assim, ainda era muito bom em tudo o que eu fazia, entrei na faculdade aos 17, fisioterapia mais precisamente. Me mudei sozinho para Teresina, depois de um tempo, consegui entrar em Medicina, nunca mencionei isso aos meus pais, primeiro porque eu achava que eles não mereciam, afinal, sempre conquistei tudo só e segundo porque eu realmente não falava nada da minha vida para eles, principalmente depois que passei a morar só. Aos 19 a única mulher que eu havia amado morreu em um acidente de carro a qual estávamos com mais um casal de amigos, eu era o melhor aluno da classe, o melhor em socorre uma vida e mesmo assim, deixei-a morrer. Ela estava no meu colo e me olhava com aquele olhar de segurança, como se soubesse que eu tinha total controle da situação e tudo o que eu devia ter feito estava passando pela minha cabeça, mas não fiz nada além de assisti-la morrer. Desde então larguei a faculdade e me tornei um alguém muito invisível. Sempre detestei a ideia de que um dia eu pensara em ser Médico, não fui muito diferente do babaca biológico que me fez e me deixou morrer, se eu pudesse, trocaria minha vida com a dela.
Mudei de cidade várias vezes, totalizando 8 cidades, desde então perdi o interesse sobre tudo. Conheci várias pessoas e fiz delas apenas um número sem nenhum propósito fixo, apenas objetos sexuais que reprimiam minha vontade de querer matar o desgraçado que me comeu quando eu era criança e esquecer por um momento que eu havia amado alguém a qual eu mesmo dei de bandeja para a morte. A vida é injusta, mas ninguém falou que seria justa. Hoje me encontro afastado de tudo que conheci na vida, fui tão frio e impenetrável durante todos esses anos que esqueci de ver além de mim, o outro. Me mantive assim até dois meses atrás, vivi alguém, amei esse alguém e não fui muito diferente do que as outras pessoas foram para mim, o número 25.
Não importa o que aconteça, você sempre será um número para alguém, mas não se trata de ser só mais um número, se trata do que quer fazer com esse número e mesmo que não dependa só de você, precisa sempre se lembrar do que você fez e não do que os outros fizeram, porque a vida passa muito rápido e é preciso transformar número em laços, caso contrário, será sempre vazio.
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