As últimas primaveras de Rolds - Querida, eu a amo.

Querida, eu não havia percebido o quão essa cidade é grande e o quanto é envolvente. Todas as noites que passamos juntos soou como um grande disco de Rock clássico daqueles que se ganham no Natal. Fomos muito longe desde que nos conhecemos, olha onde chegamos? As coisas andaram se mortalizando e pouca a pouco já não queríamos mais ficar tão longe. Eu golpeei muito a sua crosta e  estava quase fechando os meus olhos enquanto socava suas barreiras. Todo esse ballet que somos, não é o que pode se dizer de amor perfeito, mas dou o meu melhor e apesar de saber que qualquer história onde está envolvido esse pequeno, viril e charmoso rapaz de cabelos azuis, vira uma cena daquelas de filme de ação onde o caos ocorre quando se menos se espera, mas eu queria que soubesse que esse é o meu melhor caos.
 Querida, você sabe o quão eu consigo cagar tudo falando e talvez por isso hoje eu escrevo, para que você possa ler aí, sem ficar constrangida, que tudo o que eu queria era olhar nos seus olhos, como se eu fosse a tela a qual você nesse momento está se perguntando se é você mesma quem eu estou indagando nesse texto. Você escolheu ver meu inferno e eu escolhi o seu, bem! o seu lado devastador. A primeira vez que a vi, sentamos em sua calçada, tudo começou como está terminando, com você lendo o que escrevo. O primeiro beijo tão safado e pesado, sem brecha para o hesito, os primeiros toque totalmente sacaneados a não se envolverem sentimentalmente, tolice! Você atropelou as minhas cicatrizes e as minhas carnes se remoeram com as lembranças que me estupravam quando criança. Eu retribui chupando você como ninguém um dia chupou ou chupará, foi aí que nossas almas se conectaram, no justo momento em que casamos minha língua com sua linda boceta a qual um dia levarei ao altar com todas as baboseiras religiosas que você deseja, porque eu gosto de ver a sua fé. Não importa o quanto eu despeje álcool e cinzas de baseados no meu cantinho de escrever o qual você conhece bem, mas seu cheiro permanece na minha cabeça e eu não consigo parar de imaginar sua nudez como obra mais prima de toda a minha infernal vida para que seja minha todos os dias da minha falência humana, porque é o teu corpo que eu procuro quando retorno do meu terrível sono e o seu rosto é último que eu vejo todas as noites que você me faz dizer o quão eu estou com saudades.
 Eu queria poder estar em um mustang esportivo com você ao meu lado, ouvindo seu melhor disco do Iron Maiden, nos preparando para nos despedir desse incrível pôr do sol, cujo tanto desejamos deixar para trás. Nossos jalecos casados no banco de trás, você e sua bebida na mão, o seu tão adorado X-Match e nós, somente nós.
 Eu odeio suas piadas ridículas, como quando você faz uma bosta ser engraçada quando se une ao seu sarcasmo, odeio o jeito como você fala que meu cheiro no seu ursinho está sumindo e o quanto isso te irrita. Eu odeio quando te provo que está completamente errada e mesmo assim você afirma está certa com uma carinha de decepcionada e fofa. Odeio quando você me irrita e depois tentar ganhar meu humor com vários beijos. Odeio o quanto você acha minha letra lindamente gay e odeio te deixar em casa, porque eu odeio voltar só e saber que a partir de então, o resto da noite se tornará mais fria e você não irá acordar me abraçando. Odeio termos um gosto musical tão parecido que você se acha no direito de dizer que meu gosto musical é uma bosta porque você não gosta de uma musica dentre as minhas milhares, petulante! Odeio quando me lê e quando lê o que escrevo. Odeio sua vontade de me querer cada dia mais um pouco, eu odeio tantas coisas em você, que, acredito que se eu não as odiasse desse jeito, jamais a amaria. Eu amo cada detalhe em você e cada detalhe seu, dos seus cabelos aos seus dedos separados, eu amo sua voz, seu bico, eu amo tudo o que odeio porque a cada dia que o tempo diminui para nós, eu tenho mais certeza de que amanhã eu só queria estar com você de novo.
 Eu não disse todas as vezes que eu estava completamente apaixonado por você, talvez nenhum, afinal não seria eu se dissesse. Não assumi que estava enciumado quando você fazia joguinhos para me irritar e ver minha cara de quem odiava quando você falava de outro homem. Eu nunca pedi a sua mão e provavelmente com o medo que sempre tive, não pediria nem em 100 anos. Eu não fiz muitas coisas certas, mas certamente a melhor coisa que fiz foi escolher você e sim escolhi você porque foi depois da nossa foda sem compromisso que eu quis você todos os dias. Querida, eu te amo como se todas as palavras do seu livro favorito fossem cremadas e despejadas as cinzas em um grande monte espalhando a sabedoria daquelas folhas carbonizadas através do vento. Eu te amo por todos os pequenos detalhes que nunca reparamos que na verdade, eram apenas, míseros atos de amor.

Comentários

Postagens mais visitadas