Rota 77 - O livro de haras.
"Eu te usei como ponto focal, para que eu não perdesse de vista o que eu queria. E eu avancei mais do que pensei que poderia, mas senti sua falta mais do que pensei que iria."
Competimos pelas razões erradas à medida em que nos apaixonamos. Eu deixei de lado minhas razões em uma pequena fissura no espaço tempo a qual eu não imaginava que pudesse gerar tanto holocausto, no entanto, presenciar as minhas ações como se estivessem pintadas em uma moldura, foi mais desafiador do que aceitar que você já não estava mais do outro lado da cama. Óbvio que eu ainda encontrei um jeitinho de estar com você na sua ausência e eu te encontrei todas as noites no vidro do fundo daquelas garrafas, não sei quantas ao certo, chega um momento em que contar garrafas todas as noites perde o sentido e é melhor deixar que elas se percam em suas próprias quantidades. É quase um suicídio ter andado tantos km por essa rodovia para chegar a um lugar onde o objetivo seria construir algo e a única coisa que consigo montar são pilhas de garrafas onde meu dinheiro se maquiou e eu nem se quer percebi. Você contornava meu corpo com suas mãos nada românticas e novamente estávamos competindo cada vez mais pelas razões erradas. Eu não tinha muito, apenas uma caixa organizadora feita de tecido cinza, alguns reais na carteira e uma infeliz sensação de querer mudar o sentido de tudo o que era para sermos no princípio. Comprei uma edição do seu livro favorito, alguns chocolates e outras viadagens que nunca foram exatamente do meu feitio, mas senti a necessidade de fazer algo estúpido naquele momento e nós dois éramos definitivamente um fenômeno estupido que estava se repetindo frequentemente. Queria que se sentisse tão especial, retribuir o ótimo elogio que me fazia ao chupar sua boceta, nunca vi alguém desejar tanto ser chupada, agradeço por ter sido você.
O mais difícil era sentir que a cada trepada soava como um adeus, tínhamos o dom de cagarmos um com o outro, acho que devido a isso, fodíamos como se não houvesse o amanhã. Lembro da sua barriga chapada e aquele piercing reluzente que me fazia pagar pela minha língua grande, eu adorava colocar você deitada me encaixando por entre suas pernas enquanto a cabeça do meu pau se posicionava dentro da sua boceta apertada, colocar só a cabecinha era uma delícia porque o seu gemido de desejo daquilo soava como o barulho do martelo de Thor, minhas mãos agarravam sua pelve para ajudar meu pau acertar seu útero, eu sentia a colisão e você pedia com uma voz tentadoramente sexy: "mais, mais, mais, mais, isso, isso, isso, isso...", repetidamente numa velocidade incontrolável. O lençol da cama nos atrapalhava constantemente, mas só queríamos finalizar a madrugada gozando e olha que nunca gozei na sua boca, apesar de sempre que me chupava começava de uma forma deliciosa, sempre começava com sua língua de baixo para cima até engolir totalmente meu pau, fazia carinho nos meus ovos enquanto sua boca deliciosamente chupava minha rola, tinha o ótimo dom de girar sua língua enquanto meu pau se fixava dentro da sua boca. Seus cabelos me cobriam sempre que sentava e cavalgava sobre mim, às vezes me machucava e como sempre minha insegurança com essa posição ajudava, mas com o tempo fomos aprendendo a aprender sem precisar dizer uma só palavra e toda essa conexão foi se tornando cada vez mais pedaços mim, pedaços em que eu deveria estar preparado para pulverizar assim que a minha ultima gozada dentro de você fosse o ultimo adeus. Sim, eu gozei várias vezes em você, eu sempre me esforcei para socar meu pau com intensidade o suficiente para não perceber que o cara que nunca gozava, enchia sua bocetinha deliciosa de gozo. Nos acostumamos com o corpo um do outro, mas sempre que vinha até minha cama na madrugada eu me atentava a mudar tudo do lugar porque sempre quis que não enjoasse da nossa cela solitária de trepa. Ouvi seus gritos enquanto minha mão cobria com força sua bunda era como o silêncio da morte de um anjo, devastador, mas lindo. E você que nunca me deu esse cuzinho,sempre com um certo receio, talvez o último que te comeu, tentou e não conseguiu comer direito, porque eu odiava olhar para seu cuzinho meio aberto, sabendo que estava me convidando a foder ele por já ter sido fodido e você não deixar eu completar o serviço direito, mesmo assim me prendeu na nossa foda, onde era uma delícia te deixar de quatro de frente ao espelho, onde em pé, fora da cama e socando demasiadamente naquela sua boceta fechada que mais parecia engolir meu pau, quente e maravilhosa enquanto via seu rosto através do espelho, suado de prazer e necessitando de oxigênio. Finalizamos com você me enlaçando entre suas pernas, minha cabeça sobre seu peito e sua mão que nunca foi tão prestativa, fazendo carinho nos meus longos cabelos de madeixas azuis. Tudo soava como um adeus, até que já no fim da nossa carreira, meu desempenho sexual que sempre foi ótimo, deixou a desejar e foi a primeira que te vi chorar, não pelo sexo, mas por descobrir que eu escondia o medo que tinha de perder você, porque eu estava perdendo a mim para mim mesmo. A minha saúde se encontrara em um estágio em que não adiantava mais fingir que estava tudo bem e o seu ódio escorreu através do seu choro e naquela última noite juntos, nos abraçamos com medo do que o amanhã tinha reservado para minha vida ou para minha morte, para nossas vidas e para a nossa morte. Foi então que eu aprendi que nada dói mais do que um adeus.
"Eu te usei como ponto focal, para que eu não perdesse de vista o que eu queria. E eu avancei mais do que pensei que poderia, mas senti sua falta mais do que pensei que iria."
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