As últimas primaveras de Rolds - A falência de um sucedido.

18:09pm, um passo à fora. Aquele moletom de lã emprestado pelo meu melhor amigo em uma das minhas visitas à sua casa e que eu nunca mais devolvi, está me mantendo aquecido, o céu aqui fora não está dando trégua. Resolvi ser meu próprio transporte, o vento frio estava me castigando me deixando emocionalmente mais falido e consequentemente sentia mais frio do que meu corpo captava devido a essa distorção de humor que não me agradou em nada e em questão de segundos, fui bombardeado com uma chuva medonha.
A rodovia estava repleta de faróis onde a refração de suas luzes estavam distorcidas devido a chuva, parece que seu rosto se propagou diante dessa refração e nesse exato momento eu desfoquei da minha condução em uma via repleta de automóveis em alta velocidade, me concentrando apenas na aceleração dos meus batimentos cardíacos. Percebi, então, que você me fazia tão bem que a sua ausência me faz mal, mas existem pessoas que nasceram para viverem sós e eu obviamente sou uma delas.
Ainda a caminhar rumo à minha casa, sob o choro do céu, choro com ele por sentir essa pulsação e tudo o que quero no fim da noite é me anestesiar com você, mas optei mais uma vez por outros meios ilícitos para não ter que pensar nesse seu par de olhos tão lindos que me enlouquecem por estarem distantes de mim.
Essa falência gradativa desvirtua o desvirtuado, mais uma vez eu torno a dizer, eu nem me lembro mais onde eu me perdi. Tenho me mantido cada dia mais longe de tudo e de todos, isso me mantém seguro, sempre me manteve, quando eu te conheci, sabia que tudo iria me destruir, mas optei por minha autodestruição. Hoje o céu está chorando e com ele eu estou chovendo e não há nada mais que eu queira, além de você aqui.

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