O diabo no seu inferno particular - Parte 1#

  Eu sou uma droga devastadora que entende o turbilhão de sentimentos provocados no teu corpo a cada gesto que eu faça. 03 de Janeiro, ela me conheceu sendo exatamente o monstro que sou, talvez se eu fosse um anjo, você não teria cruzado suas pernas para mim, segurando a barra do seu vestido florido que te tornava tão inocente até eu perceber seu olhar enquanto me olhava, você me comeu e eu adorei e no fundo dos seus olhos, você enxergou que eu dançava com isso. Minha jaqueta de couro, meu cigarro na mão e aquela garrafa de cerveja pingando o que a sua boceta também pigava parecia um conjunto perfeito associado aos cabelos negros e bagunçados, a cara perfeita de um cara que definitivamente não se limitava a parecer alinhado. Eu sou um homem procurado pela justiça da decência humana e você estava prestes a descobrir o porquê, me aproximei mais a cada cruzada de pernas que você dava na intenção de cruzá-las com a minha cabeça entre elas, você abriu as portas para minha malícia e eu me adentrei fundo em você de forma lenta, uma verdadeiro inferno particular prolongado, mas não que te fizesse mal. Coloquei minha cerveja na sua mesa e pedi licença para me sentar, você permitiu, te olhei por alguns segundos e você esperava uma palavra, mas logo percebeu que não sou um homem de palavras, sorri de canto e puxei nossa conversa inicial.

 Eu: Você é uma mulher que sabe como prender alguém sem precisar de muito gasto energético.

 Você: É uma das vantagens de ser mulher.

 Eu: É uma das vantagens de ser um homem diante da sua vantagem de ser mulher. Quer uma bebida? 

Você sensacionalmente me deu uma resposta empoderada e independente.

 Você: Eu posso pedir a minha bebida.

 Eu: E eu posso gentilmente com milhares de pretensões te poupar desse trabalho.

Você imediatamente sorriu de forma maliciosa, estávamos em sintonia e você sabia disso por cada parte do seu corpo e do seu cérebro que honestamente foi desafiador, o que me deixou em uma posição desconfortavelmente favorável. Acho que no fundo você sabia que aquilo estava sendo prazeroso para ambos e como o tipinho de homem que sou, deixei que isso se prolongasse. Te pedi 20 minutos cronometrados no relógio para estar com você ali e me permitiu esse tempo. Foi uma tacada de mestre, os 20 minutos mais interessantes e nada reveladores sobre mim, onde aprendi tanto sobre você que optei por sair da mesa no tempo exato que te solicitei... Durante essa odisseia, brincamos com nossos olhares e você me contou bastante sobre você, ou pelo menos o suficiente para que eu soubesse exatamente o que fazer.

 Te ouvi pacientemente, passando meu dedo indicador na boca da garrafa de cerveja que eu bebia, você não se importou com a fumaça em que eu fazia e até me soltou que achava isso sexy, foi definitivamente uma guerra de Titãs em uma mesa de bar, que o destino colocou como coincidência o fato de termos ido sozinhos até aquele lugar e aproveitado nossa companhia sozinhos até eu me dirigir à você...

 20 minutos se passaram e nós dois queríamos ficar ali por mais um bom tempo, mas você era inteligente demais para que eu te entregasse o ouro de mão beijada, uma vez que não fui muito revelador na nossa conversa, mas sim um apreciador do que você soltava pela boca, então veio o primeiro castigo e sem que você se quer entendesse, eu me levantei, me despedi e saí, atitude essa que foi totalmente contrária ao que estávamos querendo, mas eu ainda não havia sido gentil, então fui até o bar e pedi sua bebida, você estava tomando um Gin, não era exatamente o tipo de alcool que eu aprecio, mas fica charmoso na boca de uma mulher e com seu copo preenchido, também pedi para que entregasse o guardanapo com meu instagram, sumi na multidão, mas fiquei curioso em saber se iria utilizar aquele golpe baixo que te dei, então, vi você sacar seu celular da bolsa e escrever algo enquanto lia o que estava escrito... 

 Fiquei feliz em ver seu perfil solicitando contato, você sabia que a partir dali, eu seria seu gozo pessoal no seu inferno particular.