Finkler, um episódio degraçadamente bonitinho.

Eu não acredito no acaso, posso estar completamente enganado, mas provavelmente a lógica de crer que tudo o que acontece tem uma razão e está devidamente conectado ao universo, seja a coisa mais sensata da minha vida.

Lembrando que eu sou um grande filho da puta e tenho tendências de sabotar qualquer coisa afetiva que se revele para mim, dessa vez parece que o jogo virou e cá estamos nós, pensando o quão catastrófico é essa coisa louca chamada amor, mas não vamos tão longe, ela tem uma bunda linda, mas não chegamos a esse ponto... A.I.N.D.A.

 Sexta a tarde, cheguei cedo do trabalho disposto a manter meu corpo e mente em equilíbrio, eu sempre faço isso durante os dias desde que sosseguei meu faixo e nenhuma boceta originalmente incrível resolveu surgir na minha vida e sugar minha vitalidade. O computador anuncia uma mensagem, era um amigo do ramo da engenharia, nela dizia: "tô no match! Cola aqui."

 Obviamente eu me disponibilizei a beber algumas garrafas de cerveja, enquanto jogava uma boa sinuca com meu cigarro e meu amigo. Logo eu sabia que a noite seria longa, mas sem quaisquer expectativas ou desejo de conhecer alguém, não precisa ser muito gênio pra saber que o cuzão aqui se fodeu né.

 Após me transformar em um Opala, seguido de muita música brasileira, decidimos zaracutear cidade à fora, mas já bem tarde, percebi que só estava gastando gasolina sem sentido, não estava com saco pra continuar, resolvi me despedir e ir embora. Por alguma razão quis passar na casa de uma grande amiga para revê-la e foi nessa decisão inesperada que acertei no muro. Cah saiu e foi me ver, logo Theus que também é um grande amigo sai e enquanto eu me distraia revendo meus amigos e rindo feito retardados, uma figura atravessa o portão da casa e me encara, eu nunca imaginaria que uma garota pudesse me causar tantos efeitos colaterais, definitivamente foi a mulher mais linda que já conheci em muito tempo, porém beleza demais nunca me fez gozar, apesar de que ela tinha esse poder só de me olhar com aquela carinha de marrenta. Me posicionei a observar se nela havia algo há mais que um rostinho lindo e me perdi perdidamente em toda a imensidão que aquela garota estava me proporcionando, o mais incrível é que ela era incrível, mas era preciso enxerga-la a fundo, perceber cada detalhe e parecia que ela fazia questão de esconder, não porque quisesse apresentar ser uma pessoa que não é, mas sim porque já estava de saco cheio de ter pessoas que não conseguem compreender quem ela é e o que vive, naturalmente aquela constelação foi se tornando um universo inteiro, universo que eu poderia gozar por horas e estaria sentindo a paz para a babilônia do meu coração, do meu corpo, do meu eu.

 Um short curto, um sorriso desgraçado e a certeza de que eu iria acertar a cara no muro se não parasse de ficar internamente louco pra continuar ali com ela e não ter que a perder de vista, de alguma forma, ela tinha a total dominação sobre as minhas vontades, ela me fazia sentir como se estivesse contracenando o clipe de Heroes de David Bowie, a filha da mãe me acertou de jeito.

 Diferente das outras mulheres que fazem mil e uma coisas pra chamar minha atenção, Finkler não precisou fazer nada pra isso, justamente pelo fato de que ela já era exatamente tudo o que qualquer outra se esforçava pra ser, um pequeno infinito, ela já era a própria atenção e enquanto todos falavam algumas coisas que honestamente eu não faço a mínima ideia do que seja, lá estava eu, frente à frente com ela, vidrado e conectado e acho que ela também estava assim. Ela definitivamente não era um fantoche preso às linhas teatrais pra atrair um público, ela era o tudo e o nada bem diante dos meus olhos. 


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