A biologia dos corpos. Kaboom!

A música para esse texto é:

https://www.youtube.com/watch?v=QOKMyPDGM4k

Mais um período de 6 meses se passaram, isso foi sem sombra de dúvidas, uma grande vitória sobre o tempo e eu me sinto como se eu tivesse vivido durante um século inteiro com o relógio parado. A cada aperto de mãos que dou é como se fosse retirado de mim uma parte de um sonho que eu nunca tive, mas precisava vivê-lo.
 É incrível a maneira como o tempo tem me batido nesse momento e acho que talvez essa seja uma das últimas, se não a última lição a qual eu precise aprender. Mal começou o começo e de repente já estou no final de tudo e andar por entre aquelas luzes que estão constantemente trabalhando para reluzir e brilhar cada vez mais, tem se tornado tão caótico e assim eu vinha levando tudo em passiva aceitação, agindo naturalmente sem o mínimo de esforço de continuar ali, mas desde que aquela pele tem se tornado evidente, meus olhos consequentemente se tornaram frenéticos e no bendito momento em que ela está se despedindo, eu disse: Olá!
 Dessa vez, eu não a comi com os olhos e sempre que via seu sorriso escondido no mar de seriedade que cruzava o meu caminho, me senti demasiadamente confortável, porque observar seus detalhes era aprender cada vez mais sobre a vida e de qualquer forma, eu me sentia bem, ali, eu me sentia bem. Não haviam muitas coisas a serem admiradas, mas certamente tudo o que havia para se admirar estava contido naquele humano que combinava tão bem de Jeans azul (eu sempre detestei jeans azul), parecia que meu corpo viajava em uma frequência totalmente única a ponto de romper minhas paredes de vidro.
 Abrindo uma fissura nesse espaço-tempo, eu mergulho nessa energia e viajo em tudo o que ela é, quebro meus hábitos. Me jogando sem qualquer resistência nesse buraco negro, me sinto leve ao fechar os olhos e tratar meus pensamentos como um retroprojetor onde a imagem que mais me trás paz é seu rosto estampado por entre os lugares onde te encontrei e toda a admirável pessoa que é ainda estimula total êxtase em um homem sem alma como eu, porque o jeito como se dedica à vida me tira desse lugar morto e me transporta, essa dedicação ao seu tempo me deixa aqui querendo estar aí. Você é definitivamente meu jardim de Edward Scissorhands, onde o respeito e o zelo necessita ser levado a sério, uma vez que você é exatamente uma partícula vivida dessas duas peculiaridade maravilhosas, zelo e respeito, chega a ser excitante poder te ver assim, nessa posição de um ser divinamente admirável e intocável, então deixei minha alma mais leve diante de toda essa raiva do que é projetado quando você não rompe as barreiras com seu perfume, mas quem liga se mais um universo sucumbir-fenecer? E mesmo que você seja a porção mais linda do meu universo, nesse vasto multiverso a qual eu insisto em dar bom dia, ainda sim tudo parece tão silencioso e distante.
 Me mantive forte por fora todos esses anos, onde não estava preparado para admitir, mas a cada vez que eu me aprofundava nela, estava mais vulnerável e suscetível a aceitar minha auto destruição, meu colapso estelar. Por alguma razão me aproximar dela me manteve cada vez mais de pé no meio da devastação e o meu tempo já estava perto demais de terminar. Está na hora de tentar ir para casa, mas eu ainda pretendo ir levando seu cheiro comigo e de certa forma lembrando de cada detalhe que me fizeram permanecer em pé, toda essa biologia maravilhosa que me fez ficar aqui e não querer sair. Retornando à realidade e me recordando que no final eu quis o começo, o espaço entre minhas orelhas é o pior lugar onde eu possa ficar, suponho estar atuando bem, tendo em vista que ninguém percebe que isso é uma grande roleta russa e o meu século está se reduzindo a dias, quando chegar a minha hora, eu preciso que soque todos os meus erros em um saco e jogue fora para que eu possa permanecer na sua memória, pois foi nesse pequeno começo que eu percebi que queria ficar, onde você estava, onde me deixou.

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