As últimas primaveras de Rolds. Parte 1.

Você nunca morre de verdade até perder algo relativamente importante pra você ou para sua existência.
As coisas costumam sempre entrar e sair da minha vida de forma descontrolada, demorando entrar mas saindo rapidamente e eu já nem me lembro mais onde eu me perdi. Há alguns anos venho crucificando o tempo, o amor e a morte, as abstrações mais poderosas, porém tão traiçoeiras quanto o beijo de amor de uma puta em troca de uma carreira de cocaína e uma nota de cinquenta presa na calcinha, e toda essa renuncia tinha me mantido intacto por muito tempo.
Não controlamos quem cruza nossa estrada, mas controlamos a decisão de parar por esse alguém e eu parei quando cruzei com aquele par de retinas que mais pareciam um enorme labirinto sem volta e o seu sorriso torto foi o canto para que eu me adentrasse cada vez mais. Eu já nem me lembro mais onde eu me perdi.
Nos últimos anos soube que minhas primaveras estavam contados, mas ignorei o fato, porém ultimamente tenho me dado conta que elas estão em sua vitalidade final. Tento me curar disso sempre que fecho os olhos e o seu rosto está fotografado na minha mente.
Hoje eu bebo uma dose de uísque a cada perca da minha vida, andei bebendo mais que o normal quando você foi embora, você está indo embora, essa é minha vida, mas no fim do dia, é tudo por ela.

AK.

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