Liberdade ou solidão?

  Baby, eu só sei cair.

 22 de Setembro de 2021... Um bar, uma cerveja, um cigarro, um desgraçado e uma fotografia. Sentei só com meus próprios sacos de pensamentos, alguns chegam a pesar toneladas. 

 De repente uma mensagem: Liberdade ou solidão?... Ela sabia exatamente que as duas dançavam comigo de uma forma única, assustadora, mas que caia na dança disfarçadamente me mantendo inteiro, seduzindo o mundo, esperando que o mundo me consumisse de uma forma sexy e triste, decadente e eu fazia questão de não sair do buraco. Quantos corações e quantas vidas tenho?

 A roupa no chão, a musica tocando e meu olhar de comedor sobre a penumbra. Eu sempre serei como Salomão, aquele terá tudo e não terá nada. Baby, eu só sei cair. 

 A noite adentrou, Ela ainda tinha mexido com meus próprios questionamentos de uma maneira filha da puta que só ela sabia ser. A festa estava cheia, vazia, percorri o olhar inteiro sobre o salão, todos aqueles fio dentais se envolviam sem haver sentido, meu pau nem endureceu pelo vazio, mas eu via certo prazer nisso. Ela passou, estava sexy, eu relutei, éramos dois lobos em um banquete farto. Porque quando a noite cai, toda a minha pose vai com o sol e então a conquista é o gosto do prazer, ainda era apenas eu naquele metro quadrado com uma jaqueta de couro preta, um cabelo bagunçado, uma cerveja na mão e meu fiel companheiro, aquele cigarro que não me deixava desatraente em nenhum segundo. Ela também observou, encontrou exatamente o que deveria encontrar, o olhar de quem iria comê-la só de observá-la, sem se quer necessitar de um toque sobre sua calcinha molhada. Eu ainda estava lutando entre minha natureza e razão do presente, me mantive intacto, mas disposto a tirá-la do sério do outro do lado do salão, a filha da puta era tão inconsequente quanto eu, puxou a cadeira apontada para mim, sentou-se sobre ela, separou suas pernas e levantou suas panturrilhas como se fosse um convite, era de se imaginar minha cabeça entre elas, movimentando-se sobre sua boceta enquanto seu vestido preto brilhante e chamativo se mexia, mas nada mais que uma sobrancelha levantada e um sorriso de sacana se fez como sinal e dentro da minha cabeça, eu via apenas o rosto que eu queria ver, da boceta que eu queria torturar, das curvas que eu queria dançar, isso me consumia com a raiva de uma forma que pessoas boas não entenderiam. Eu nem queria voltar à razão, a noite me chama e me espera, sem confianças, com meu cigarro e minha camisa aberta do meu corpo provido de gozo. Liberdade ou solidão? Que tal uma linha tênue entre elas? E se você ainda não viveu esse sábado a noite, não viva, essa linha tênue é um caminho quase que sem volta. O preenchimento e o vazio transam contigo, uma camisa para 5 fodas sem se quer ter o prazer de gozar na cara de nenhuma delas e como isso se envolve tão bem e tão ruim?

 O pior da noite é a volta para casa quando não se está exausto o suficiente a ponto de simplesmente apagar, pois ainda existem mais álcool, cigarros e comprimidos em casa, esperando para transar contigo até cansar. É uma corrido para tentar parar de me perseguir, mas querendo me matar, olhando para o sol me dando bom dia, estando tão frio quanto à madrugada de todas aquelas mulheres seduzidas, achando que são a própria sedução, mas não compreende a obscuridade disso e se iludem com si mesmas e com todo o encanto dos beats, dos olharem, da dança com direito à mão na bunda, a boceta molhada, o pau duro sendo sentido enquanto sua mão percorre meu pescoço e seu quadril desliza na minha pelve. Minha cerveja em casa me esperava, quente ou gelada, a altura já não importava, só precisava de uma dor de cabeça há mais para poder sentir algo que não senti a noite inteira, no canto do quarto ainda estava o rosto dela, ao abrir a porta, eu a perguntei: Eu te constranjo baby? Mas era apenas um rosto e não ela, então acendi mais um cigarro e continuei todos os questionamentos de mais uma noite de aprendizado com pessoas vazias e após um bom tempo, a mensagem dela fazia tanto sentido quanto a minha resposta. Liberdade ou solidão?

 E quantos corações e quantas vidas ainda tenho para todas vocês brincarem baby? Muitas noites vagando atrás de mim mesmo, escravo de mim mesmo. Acho que todas até que eu morra me sentindo só ou liberto.


Uma carta à Ela,

um dos seres humanos mais cuzões e inteligentes que já conheci.

Comentários

  1. Respostas
    1. Você é suspeito, é um dos maiores fãs dessa galeria de histórias filhas de uma grande puta.
      kkkkk
      Gratidão eterna à você, meu caro, Romancista.

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  2. Respostas
    1. Gratidão demais, pessoa anônima, não deixe de continuar ligadinho aqui no blog. ^^

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  3. Respostas
    1. Simplesmente gratidão! Tem textos novos viu. Não esquece de dar uma lidinha.

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